domingo, 29 de novembro de 2009

Hoje em dia toda a gente quer controlar tudo. Controlar tudo e todos, o resultado de todos os actos no outro, já não apenas em nós, no futuro, no efeito que o passado tem em nós e no que previmos nos venha a acontecer. Não me excluo. Mal o meu marido saiu de casa, algo que, inevitávelmente não controlei, lembrei-me de fazer tudo o que sempre sonhei e que nunca tinha "tempo" para fazer.

Controle, tive a necessidade ofegante de agarrar os acontecimentos pelos cornos (já que esses tambem os tinha)e voltar a ser a mulher que prometia ser antes de me casar e que pelo embalar da vida a dois e da minha prória perguiça nunca me deixei ser.

Assim, vieram as fantásticas sessões de terapia individual onde me expus sem qualquer pudor, apenas a vontade que sentia em me livrar do desgosto, do peso, da frustração de anos, da dor do que não aconteceu, da chegada ao fim.

Chorei. Chorei bem. e recebi aquele abraço que só a minha terapeuta me dá do seu metro e oitenta. Sentido e bem apertado.

Depois veio a lipo, torneando-me o corpo fazendo-me parecer a miuda que não fui, nem aos 15 anos. Veio brindar-me com a autoconfiança no meu corpo e em mim que nunca tive. Ainda me pergunto como demorei tanto tempo a faze-la. E o bikini ? esse passou a ser um "p" brasileiro !!! daqueles que eu custumava pensar, mas quem é que usa esta merda ?? só tapa as orelhas. E agora, eu, bamboleava-me na praia do guincho com o meu bikini P e de padrão leoparado, extensoes até a cintura ao vento e sorriso estampado na cara de orelha a orelha.

Agora até me sentia bem no meu 1.63, em bikini, sem os meus saltos altos (já referi que nasci com eles calçados ?).

O controle. sim, pelo menos do corpo.

Só há um tipo de controle que não suporto é o controle do politicamente correcto. Do parecer e não ser. Do mostrar e não sentir, do faz de conta. Acho, patético.

Gosto de me dar com taxistas, advogados, prostitutas, beatas, professores, academicos, operadores fabris. A falta de diversdade oprime-me. O dia a dia aborece-me e o convencional mata-me.

Sou contra o aborto. Sou a favor da adopção por gays que se amam, como qualquer outro casal.

Sou a favor de sexo por uma noite sem culpas e dramas.

Especialmente, sou a favor de que cada um possa ser como é. Sem ter de se reinventar para os outros, para si.

Gosto. Gosto muito de mim.

3 comentários:

  1. Bela.Belíssima ideia Violeta.Não há nada como uns dissabores na vida para se demonstrar que estamos vivos e muito válidos para organizar ideias;rasgar ideias,sonhá-las,pô-las em práctica e vivê-las.
    Parabéns por este espaço.Que seja aberto a mentes abertas e limpas.

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  2. Venho só desejar-lhe muita sorte neste blogue. Que os parvalhões se afastem e que os grandes espíritos se encontrem! Quanto à gripe A, gostei da atitude :-) Melhores definitivas e um beijo da RF

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  3. "Gosto de me dar com taxistas, advogados, prostitutas, beatas, professores, academicos, operadores fabris. A falta de diversdade oprime-me. O dia a dia aborece-me e o convencional mata-me." - Wanna join my league?

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